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Sobre a utilização dos solos

Página Modificado pela última vez 2016-06-03
A utilização dos solos conduz a alterações sem precedentes nas paisagens, nos ecossistemas e no ambiente. As áreas urbanas e as respectivas infra-estruturas são os mais vorazes consumidores do solo, principalmente dos solos agrícolas produtivos. As paisagens rurais estão a mudar devido à intensificação da agricultura, ao abandono das terras e à exploração florestal. As zonas costeiras e montanhosas estão a sofrer profundos reordenamentos de território para se adaptarem às actividades intensivas de turismo e lazer.

Actividades como a agricultura, a silvicultura, os transportes e a habitação utilizam os solos e alteram as suas funções e o seu estado natural. Muitos problemas ambientais têm origem na utilização dos solos, que provoca alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição das águas, dos solos e do ar. Os impactos podem ser directos, como a destruição de paisagens e habitats naturais, ou indirectos, como a impermeabilização dos solos e a desflorestação que aumentam os riscos de inundações. As alterações climáticas levam à desertificação, a alterações na ocupação dos solos e inundações repentinas, entre outros efeitos negativos.

Com 75% da população europeia a viver nas cidades, as questões relacionadas com a utilização dos solos urbanos assumem uma importância fundamental. No entanto, a gestão dos solos agrícolas e das suas múltiplas funções — produção alimentar, conservação da natureza, lazer e habitação — é igualmente importante. O aumento da ocupação dos solos para urbanização ocorre principalmente à custa dos solos agrícolas. Durante a década de 1990-2000, de todas as áreas convertidas para utilização artificial dos solos, 48% eram solos aráveis ou ocupados com culturas permanentes e 36% eram terras com cultivo misto ou de pastagem. O crescimento verificado no sector dos transportes fez aumentar a ocupação de solos pelas infra-estruturas de transportes.

As montanhas e as terras altas, que são os depósitos de água da Europa, estão a ser abandonadas pelos utilizadores tradicionais (pastores, por exemplo) para serem ocupadas por esquiadores. A gestão das florestas teve de adaptar-se à procura económica global de produção de madeira.

As orlas costeiras estão a ser transformadas em zonas artificiais a um ritmo ainda mais rápido. A densidade populacional nas zonas costeiras europeias estão a aumentar continuamente, por vezes, a um ritmo mais rápido do que as regiões interiores. O turismo parece ser a actividade marítima mais importante, em especial nos países meridionais e também nos países do mar Báltico, como a Polónia e a Finlândia. Esta actividade tem um impacto territorial e sazonal muito elevado; os fluxos de turismo afectam toda a Europa.

As zonas costeiras estão a ser urbanizadas a um ritmo cada vez mais rápido. A densidade populacional das regiões costeiras é, em média, 10% superior à das regiões interiores. A conversão de áreas naturais da costa em superfícies artificiais está a aumentar a um ritmo ainda mais rápido do que a densidade populacional. A habitação (principalmente a segunda habitação em muitas zonas), os serviços e as infra-estruturas de recreio e transportes são as principais causas deste aumento.

Ler mais sobre tendências na utilização dos solos na Europa.

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